Aventuras do Donald
O Donald era inteligente, meigo, sensível e bonito.
O senhor que calcetou o quintal dos meus pais, certa vez, ficou admiradíssimo com o comportamento dele. Nesse dia, o Donald meteu o bico dentro do saco de ferramentas do senhor e remexeu tudo. No fim, foi buscar um pau e colocou-o lá dentro. As crianças é que costumam fazer coisas dessas...
Depois, aninhou-se a um canto e ali ficou. Como já só faltava aquela parte o senhor disse-lhe :
- Tens que sair daí.
O Donald esticou o pescoço e desatou a grasnar.
- Ele está a falar ! - Disse o homem.
Uma coisa que o Donald gostava era de se deitar no meio da estrada. Como é um sítio isolado, raramente passam carros. No entanto, havia uma senhora que ia fazer limpezas numa casa , queria passar com o carro e não conseguia. Apitava e o Donald resmungava mas não saía. Lá aparecia a minha mãe para o tirar da estrada.
- É o meu pato de estimação. É demasiado rijo para o comer - Disse à senhora.
- Porque é que disseste isso ? - Perguntei surpreendida quando ela me contou.
- É para ninguém ter ideias de o comer.
Quando ainda morava comigo e me via a mexer em uvas puxava-me as calças do pijama. Como eu tinha as mãos ocupadas com as uvas não podia fazer nada e, quando dava por isso, estava com o rabo à vela. O que vale é que morava sozinha.