Aventura no Elevador
Como morei 25 anos num 6.º andar, tenho várias peripécias com os elevadores.
A primeira vez que me lembro de ficar presa no raio do elevador, devia ter uns 6 anos. Fiquei presa com o meu pai e comecei a chorar. Felizmente, uma vizinha apercebeu-se e tirou-nos de lá.
De outra vez, já eu era adolescente e estava sozinha. Carreguei no botão do R/c e aquilo, em vez de descer, subiu ! Pior ainda, encravou entre o 6.º e o 7.º andar ! Só após várias tentativas é que consegui que ele parasse no 7.º e saí. Como é óbvio fui de escadas !!!!
De outra vez, o elevador tinha um cabo solto que ia largando faíscas à medida que se deslocava.
A maioria das vezes, eu preferia usar as escadas, mesmo para subir, tal era o receio que tinha.
Claro que os elevadores também se prestavam para pregar partidas !
Uma vez, eu e os meus vizinhos prendemos o pai deles no elevador. O tipo ia almoçar a casa, por isso esperámos que ele chegasse, e quando estava no elevador o filho mais velho carregou num manípulo que servia para abrir a porta do piso onde estávamos, enquanto eu colocava um calço na porta ( isto fazia com que o elevador não andasse ). Depois fugimos o mais silenciosamente que conseguimos.
Esperámos um bom bocado na rua, e quando voltámos o tipo estava a queixar-se ao meu pai que tinha ficado preso no elevador. Não desconfiou de nada, o que não me surpreende porque os elevadores avariavam com frequência.
De outra vez, comemos maçãs e resolvemos pendurar os caroços no teto do elevador suspensos por fios e colados com fita-cola. Depois fugimos.
A mãe dos meus vizinhos teve de sair com o mais novo, e quando voltou viu aquilo e achou que tínhamos sido nós. Ele negou e ela :
- Ai se eu descubro que foram vocês !
Quem é que havia de ter sido ? Eram três caroços e usámos o fio cor de musgo que ela andava a tricotar.