Na quarta-feira chamaram-me do hospital para ficar internada, e colocarem-me o cateter permanente.

Como não havia camas vagas tive que ficar no corredor. Felizmente, fui muito bem tratada. Em casa não dormia, e pouco comia, mas no hospital dormi bem e o apetite voltou. O dormir teve a ver com um medicamento qualquer que me deram.

Ainda na quarta, a enfermeira chefe conseguiu pôr-me um cateter normal, logo à primeira. Porque é que as outras 5 enfermeiras não conseguiram uns dias antes ?

Ontem, às 13 h colocaram-me o cateter permanente. Doeu bastante , mas pelos vistos ficou bem colocado.

Administraram-me quimioterapia no cateter que a enfermeira tinha colocado, e só saí do hospital à uma da manhã.

Volto a fazer quimio no dia 6.

Eu devia ter lido The Go-Between, de L. P. Hartley, no 12.º ano, mas não tive paciência. A minha mãe é que o leu e contou-me a história.

Recentemente, lembrei-me de ler histórias que já conheço e gosto. Por isso, comprei este livro da coleção "As Gémeas", e estou a conseguir ler. Às vezes escapam-me algumas coisas, mas de uma forma geral percebo quase tudo.

Sabiam que Ian Fleming, o autor de James Bond, costumava apanhar um autocarro cujo número era 007 ? E que James Bond era o nome do autor de um livro que a mulher dele leu ?

Ontem, era suposto fazer a primeira sessão de quimioterapia, por isso, apesar de não ter conseguido dormir nada de domingo para segunda, lá fui.

As enfermeiras não conseguiram encontrar nenhuma veia, e tentaram cinco vezes, sempre enfermeiras diferentes.

Acabei por me vir embora sem fazer o tratamento. Vão colocar-me um cateter fixo para ser possível administrarem os medicamentos. O problema é que demora até terem vagas para a colocação desses cateteres. 

Tenho-me sentido tão cansada que passo os dias deitada. Como também tinha dores no peito, fui à urgência e fizeram-me vários exames.

O cancro voltou, desta vez nos pulmões e no fígado. 

Há dias, vi na Net o comentário de alguém que dizia que as atrizes do início do século passado eram mais naturais porque naquela época não se faziam plásticas.

Claro que se faziam plásticas, não se faziam era tantas como hoje em dia, nem as técnicas estavam tão desenvolvidas.

A Marilyn Monroe, por exemplo, era ruiva e passou a pintar o cabelo de loiro.

O curioso é que o nariz dela ficou mais fininho.

De facto, há tintas de cabelo milagrosas...

Todos já ouviram falar na ilha de Manhattan, situada em Nova Iorque, no entanto poucos devem saber que há uns séculos foi comprada por um holandês a uma tribo de nativos americanos.

Peter Minuit, um holandês que viveu entre 1580 e 1638, foi o autor da compra. Segundo se crê, ele comprou a ilha por 60 florins ( uma quantia irrisória ) e umas contas em vidro, em 1626.

Peter tratou de tudo com os Canarsees, uma tribo nativo americana, e achou que tinha feito um ótimo negócio. No entanto, quando os holandeses se instalaram na ilha, estavam constantemente a ser atacados pelos nativos, de tal forma que acabaram por ir-se embora.
De acordo com pesquisas recentes, os habitantes originais da área não estavam familiarizados com as noções europeias e definições de direitos de propriedade. Para os nativos americanos, a água, o ar e a terra não podiam ser comercializados. Tais trocas também seriam difícil em termos práticos, porque muitos grupos migravam com frequência. Pode-se concluir que ambas as partes provavelmente foram para casa com interpretações totalmente diferentes do contrato de venda.
Para além disso, aquele território era controlado por outra tribo, os Weckquaesgeeks.

Há uns anos, os meus pais tinham um cão e uma cadela que gostavam tanto da minha mãe que não a largavam. Às tantas ela estava farta e disse :

- Parem de andar atrás de mim !

Eu fui à sala buscar o Tambor ( o coelhinho ), agarrei nele ao colo e começámos a andar atrás dela. Assim já éramos quatro.

Com a Papoila é ao contrário. Ela tem o hábito de se pôr à minha frente, principalmente, quando me levanto de manhã. Torna-se um bocado difícil andar.